VIAGEM EXPEDITIVA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Por que não participaremos deste simulacro de interesse na Guiana

ASSEMBLEIA NACIONAL*

A Assembleia Nacional lamenta profundamente a brevidade e falta de compromisso demonstradas pelo Presidente da República em relação à Guiana Francesa durante seus dois mandatos. Com apenas dois dias dedicados à região em 2017 e um dia e meio em 2024, é evidente que o governo subestima as necessidades urgentes e a crise crescente que assola a Guiana.

A insegurança atinge níveis alarmantes em todos os aspectos da vida guianense. A criminalidade persiste em níveis desproporcionais à França, enquanto mais da metade da população enfrenta a pobreza e a escassez alimentar. A falta de energia elétrica é uma realidade diária para muitos, e o sistema judicial e de saúde enfrenta desafios significativos, como evidenciado pelas recentes tragédias envolvendo crianças necessitadas de cuidados especializados.

Os guianenses, junto com seus representantes eleitos, apresentaram soluções concretas para esses problemas, incluindo a abertura total do território, a gestão autônoma de recursos e a criação de infraestrutura essencial, como um novo hospital universitário.

Apesar das inúmeras chamadas por ação e das expectativas claras da Guiana, o governo central continua indiferente às suas necessidades. As "medidas fortes" anunciadas anteriormente resultaram em nada mais do que promessas vazias e atenção insuficiente. A visita do Presidente à região, marcada pela superficialidade e pela falta de discussão substantiva, é mais um exemplo desse desinteresse.

A Assembleia Nacional insta veementemente o governo a reconhecer a gravidade da situação na Guiana Francesa e a tomar medidas significativas e sustentadas para abordar suas necessidades urgentes. Os guianenses merecem mais do que visitas simbólicas e promessas vazias; eles merecem ações concretas e compromisso real para enfrentar os desafios que enfrentam diariamente.