O dia que a coroa voltou através do cortejo da murta

A coroa do Divino Espirito Santo e da Santíssima trindade são símbolos do marabaixo

O dia que a coroa voltou através do cortejo da murta
Foto Gabriel Penha

A história do Amapá é toda feita de incompreensões de dados e datas fora de “eixo”, sendo assim não existe com exatidão um momento certo de quando o marabaixo saiu da frente da igreja.

Tudo aconteceu assim, segundo comentários de dona Marcelina, dona Zefa e dona Luci, elas retratam um tempo em que se entrava na igreja o padre benzia e abençoavam o marabaixo e as pessoas praticantes da cultura o fato é que havia uma coroa, mas não um rei.

Os praticantes do Marabaixo tinham uma coroa de prata, que era deixada na Igreja de São José de Macapá, de um dia para o outro, sendo recolhida após a bênção do padre. Essa tradição foi literalmente quebrada pelo padre belga Júlio Maria Lombaerd, que moveu uma campanha contra o folguedo..[...] um ano, na igreja, [o padre] quebrou a coroa de prata do Divino e mandou entregar aos pedaços ao festeiro do Marabaixo. (CANTO, 1998, p. 26).

A revolta foi grande, os negros cogitaram invadir a casa do padre. O Pe. Júlio chegou em Macapá em 27/02/1913 enfim o padre tentou e conseguiu por um bom tempo, entretanto assim como essa data o dia 27 de maio ficou marcado como uma retomada de uma tradição, foram varias lagrimas ao ver o sino badalar e recebendo o cortejo da murta, varias comunidades e simpatizantes no empenho de uma tradição. Cabe o destaque de ter sido uma ideia de Naíra Ramos enquanto servidora da seafro.