A história e os desafios do garimpo na Vila do Lourenço, Amapá

Um amapá que não se encontra nos livros didaticos.

A história e os desafios do garimpo na Vila do Lourenço, Amapá
Foto João Ataíde
A história e os desafios do garimpo na Vila do Lourenço, Amapá
A história e os desafios do garimpo na Vila do Lourenço, Amapá
A história e os desafios do garimpo na Vila do Lourenço, Amapá
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A história e os desafios do garimpo na Vila do Lourenço, Amapá
A história e os desafios do garimpo na Vila do Lourenço, Amapá

Conhecer a Vila do Lourenço sempre foi um sonho, pois ando em busca de respostas que o livro didático não me deu. Então, me tornei um viajante, aliando a história e a geografia para mostrar um Amapá desconhecido.


A região conhecida como “Lourenço”, localizada ao Norte do Estado, remonta o século XIX e se mantém em produção ainda hoje, o que a distingue como uma das mais antigas frentes de mineração artesanal em operação no Brasil. Entre os anos de 1841 e 1900, a região ao Norte do Amapá, onde se situa o Garimpo do Lourenço, foi declarada zona neutra diante do conflito conhecido como “Contestado Brasil-França”, constituindo um capítulo à parte da geopolítica brasileira e afetando os interesses colonialistas franceses pela expansão territorial da fronteira e consequente apropriação dos recursos minerais.


Ao longo dos anos, o Garimpo do Lourenço evoluiu de uma condição de garimpo para um distrito administrativo do município de Calçoene. Entre os anos de 1984 e 1994, a região também abrigou empresas de mineração que aproveitaram o conhecimento tradicional dos garimpeiros para explorar alvos com potencial aurífero e aferir alta lucratividade. As empresas Mineração Novo Astro (MNA) e Mineração Yukio Yoshidome (MYYSA) operaram no Lourenço e respondem por um passivo socioambiental que foi assumido por uma cooperativa de garimpeiros, criada para suceder, de forma organizada, as empresas de mineração que deram por encerradas suas atividades no Lourenço.
A partir de 1994, com a efetivação do processo de transferência dos direitos minerários da MNA, o controle do Garimpo do Lourenço passou à Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros do Lourenço (COOGAL) e as frentes de lavra, que antes eram desenvolvidas por empresas de mineração especializadas, se tornaram de alto risco operacional e ambiental. Como consequência, aumentaram os acidentes de trabalho e a degradação ambiental na região, com impactos diretos e indiretos nas unidades de conservação e terras indígenas do entorno.


Na vila, estima-se que há cerca de 7 mil pessoas na transumância do garimpo. O garimpo é uma atividade manual de extração mineral, em que os garimpeiros buscam principalmente o ouro em áreas de difícil acesso. Para alcançar os locais de extração, os trabalhadores enfrentam longos trechos de mata fechada, o que torna a atividade perigosa e desgastante. Além disso, o garimpo pode causar danos à saúde dos trabalhadores e provocar impactos ambientais negativos, como a degradação do solo e a contaminação de rios e igarapés.


Fico imaginando se hoje, com a modernidade, é difícil chegar à vila. Imagine no tempo em que as primeiras jazidas foram encontradas? Uma cidade que não para e tem toda a sua energia voltada para a garimpagem e suas consequências.


#garimpodolourenço
O Viajante.