Memórias Vivas: Moacir do Lontra e a Construção de uma Comunidade

História de pertencimento.

Memórias Vivas: Moacir do Lontra e a Construção de uma Comunidade
João Ataide

Moacir José Santana Alves, mais conhecido como Moacir do Lontra, é uma figura emblemática que tem sua marca na história da região desde que chegou a Ipixuna Miranda em 1960. Aos 69 anos e natural do Pará, Moacir testemunhou e participou ativamente do desenvolvimento e da formação da comunidade do Lontra Da Pedreira ao longo das décadas.


Crescendo e estudando até a 6ª série na escola isolada do Ipixuna Miranda, Moacir juntamente com outros viu a necessidade de criar raízes sólidas. Nas décadas de 70 e 80, adquiriu propriedades na divisa entre Lontra e Ipixuna, marcando o início da construção da comunidade que hoje conhecemos como lontra da pedreira.

Na década de 80, Moacir e outros lideraram a iniciativa de fundação da Vila, buscando criar um lar para aqueles que compartilhavam do mesmo desejo de progresso. Azevedo Costa prefeito de então, chamado para auxiliar, prometeu 20 casas populares e a construção do ramal. No entanto, desafios surgiram, e embora o aterro tenha alcançado as casas pré-moldadas, apenas 10 foram construídas e sorteadas. O filho de Santos Machado da Gama tirou o papel que estava escrito o primeiro beneficiado, tirando o nome de Moacir e conquistando a primeira das 10 casas.


A gestão do prefeito Capi foi marcante para a comunidade, trazendo a instalação de luz 24 horas e a construção da primeira ponte em frente ao Lontra. Durante esse período, questões ambientais foram discutidas, reunindo inicialmente 80 pessoas e encerrando com 20 participantes comprometidos com políticas sociais voltadas para o meio ambiente.

Os primeiros moradores, Santos Machado da Gama, Demétrio Machado da Gama e Nena Machado da Gama, proprietários do Lontra, desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento da comunidade. O nome "Lontra" foi escolhido devido à abundância desses animais na região. Apesar das tentativas de um padre de alterar o nome para Nazaré da Pedreira, o padroeiro permanece São Tomé, celebrado em novembro.


Por João Ataíde o Viajante.