Naufrágio do Novo Amapá: 43 Anos de Lembranças Dolorosas
Uma tragédia que completa 43 anos
Em 6 de janeiro de 1981, uma tristeza profunda envolveu Macapá, Santana e cada recanto habitado, marcando um dos eventos mais sombrios da história local. Eu, aos 6 anos, sintonizava a rádio nacional, testemunhando através das ondas a tragédia que se desenrolava no naufrágio do Novo Amapá.
Ao longo do dia, o desespero tomava conta da cidade, deixando um rastro de vela e o inconfundível odor da morte. A perplexidade infantil tornou-se gradualmente compreensão diante do cenário de horror que se desdobrava.
Lembro-me das lágrimas nas casas, das pessoas percorrendo as ruas com mãos na cabeça. À tenra idade de 6 anos, fui espectador involuntário de uma comunidade em luto, onde o narrador do rádio se debatia entre lágrimas e relatos dolorosos.
O Novo Amapá não foi apenas uma embarcação naufragada; foi um capítulo de perda e tristeza que deixou marcas indeléveis na memória coletiva. A cada aniversário dessa tragédia, as lembranças dolorosas ressurgem, relembrando a fragilidade da vida e a força da solidariedade em meio à adversidade.
As rasteiras do destino, levando consigo aqueles que buscavam apenas a travessia, ecoam ainda hoje nas águas da memória, recordando-nos da efemeridade da existência e da importância de preservar a história para que as futuras gerações não esqueçam os que se perderam na viagem do Novo Amapá. O viajante, que partiu naquelas águas traiçoeiras, permanece presente na memória daqueles que testemunharam e sentiram as consequências desse fatídico dia.
Por João Ataide o viajante.
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