Conheça Emerson CRGV: O Guerreiro do Gueto que faz história no rap de Macapá
Emerson CRGV é mais do que um rapper: é um símbolo de resistência, reinvenção e conexão cultural no Amapá.
No cenário do rap amapaense, algumas vozes se destacam por sua originalidade, história e contribuição à cultura local. Emerson CRGV, como é conhecido, é um desses nomes. Nascido em Mossoró, Rio Grande do Norte, no final da década de 1990, Emerson iniciou sua trajetória no hip-hop em Macapá como um dos fundadores do grupo CRGV, ao lado de Sid, Jerry e DJ Morte. Essa formação marcou época, conectando o rap com a cena do skate e do rock, dois movimentos culturais com os quais Emerson já tinha forte ligação, pois andava de skate desde os 13 anos.
Com o grupo CRGV, Emerson participou de eventos icônicos, como o Dia Mundial do Rock e campeonatos estaduais de skate, espaços que ajudaram a consolidar o rap como expressão artística em diferentes cenários. Um marco importante foi o lançamento da primeira fita K7 do grupo, gravada na casa de MC Léleo, um dos grandes incentivadores da cena local. Durante essa fase, ele contribuiu para composições que se tornaram clássicos como “Pororoca Sonora,” “Força e Coragem” e “É o Clã.”
A Caminhada Solo: O Guerreiro do Gueto
No início dos anos 2000, Emerson decidiu explorar novos rumos e assumiu a alcunha de GDG (Guerreiro do Gueto). Como artista solo, compôs músicas como “Guerreiro do Gueto,” “Caminhando e Cantando Rap,” e “Barril de Pólvora.” Essas faixas foram apresentadas em eventos como bailes de rap e ações institucionais, como o "Dia da Água," promovido pela Secretaria de Meio Ambiente na praça do bairro Cidade Nova. Apesar das dificuldades estruturais da época, que impediram a gravação dessas músicas, sua performance marcava presença no cenário local.
O Coletivo Dú Nort e a Máfia Nortista
Sempre inquieto, Emerson se uniu a outros artistas, fundando o coletivo Dú Nort em parceria com RJ, Branco, Sid Castillo 096, Vida Loka e Preta. Essa iniciativa deu origem ao grupo Máfia Nortista, uma nova expressão do rap no Amapá. Porém, com as mudanças em sua vida pessoal, Emerson decidiu se afastar das atividades artísticas.
O Retorno Triunfal do CRGV
Anos depois, o desejo de retomar o grupo CRGV começou a ganhar forma. Josimar e Suzi, da Duas Telas Produções, trouxeram a ideia de um retorno, algo que Emerson, Poca e Sid já vinham discutindo. A oportunidade perfeita surgiu na 1ª Expofavela do Amapá, evento realizado pela CUFA Amapá, que contou com grandes nomes da música local, como Tani e Patrícia Bastos. Foi um retorno triunfal aos palcos, marcando uma nova fase para o CRGV e para Emerson, que agora também se dedica à escrita e novas composições.
O Futuro: Projeto MCH
Atualmente, Emerson está trabalhando em um projeto embrionário chamado “MCH,” que busca conectar gerações do hip-hop no Amapá com artistas de outras vertentes e resgatar suas raízes nordestinas. A proposta é criar um espaço de intercâmbio cultural, ampliando os horizontes da cena artística local.
Emerson CRGV é mais do que um rapper: é um símbolo de resistência, reinvenção e conexão cultural no Amapá. Sua trajetória inspira novas gerações a manterem viva a chama do hip-hop e a lutarem pelos seus sonhos, seja nos palcos ou nas ruas.
por joão Ataíde o Viajante
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