Geradores são instalados em área residencial no Amapá, e barulho incomoda moradores: 'É perturbador'

Equipamentos foram contratados para suprir de forma temporária o fornecimento de energia no Amapá. Morador do lado de subestação mediu mais de 80 decibéis de volume; em festas o máximo permitido é 55. Geradores são instalados em área residencial no Amapá e barulho incomoda moradores O que parecia ser a solução provisória para minimizar danos após 21 dias de apagão e dois blecautes, a instalação de geradores termoelétricos – movidos a combustível – passou a causar transtornos em função do barulho a quem mora no entorno da subestação em Macapá, onde parte dos 47 equipamentos foram instalados e começaram a operar. Moradores próximos da subestação passaram a sofrer, além da falta de luz - o fornecimento segue em esquema de rodízio - agora também com o alto som provocado pelos geradores ligados durante quase todo o tempo desde sábado (21), quando foram acionados após visita do presidente Jair Bolsonaro. Visão dos geradores da casa do bombeiro Ezequiel dos Santos Reprodução Instalados na subestação Santa Rita, no bairro Nova Esperança, na Zona Sul, o barulho ultrapassou os 80 decibéis, medido num aplicativo pelo bombeiro Ezequiel dos Santos, de 37 anos, que mora em frente à usina termoelétrica. Lei municipal em Macapá, por exemplo, estabelece 55 decibéis para o som máximo em festas. "A gente tá numa situação bastante complicada. A gente entende que os geradores vieram para minimizar os problemas de luz, mas eu questiono a montagem aqui nessa subestação, porque acredito que há locais mais adequados, mais isolados. Aqui é uma área muito habitada", reclamou. A prefeitura de Macapá, através da Secretaria de Meio Ambiente, informou que irá mandar uma equipe fazer a medição do som na área e que se pronunciaria após isso, sem definir quando. Para o também morador do trecho José Acy Guilherme de Pinho, de 63 anos, a solução seria ter instalado todos os geradores no espaço da subestação em Santana, que recebeu parte dos equipamentos e é construída numa área mais distante de bairros residenciais. Presidente Bolsonaro acionou gerador durante visita ao Amapá John Pacheco/G1 A subestação de Santana, inclusive abrigou uma usina termelétrica que foi desativada nos últimos anos com a interligação do Amapá ao Sistema Interligado Nacional (SIN). "Estamos dormindo duas horas de noite, o resto é calor. Moro com minha família bem em frente à subestação. O barulho é perturbador, além do fedor de fumaça. E nem todos os geradores estão funcionando. E quem garante que vai durar até o dia 26 esse racionamento?", questionou. A Eletronorte, estatal responsável pela instalação e operação dos geradores, explicou em nota que as instalações foram emergenciais e provisórias para visar o rápido restabelecimento da energia "As frentes de trabalho para normalização do fornecimento de energia do estado vão permitir a diminuição da geração emergencial, não sendo mais necessário, por exemplo, o funcionamento dos geradores durante as madrugadas. Ressaltamos que é uma situação provisória de geração emergencial para atenuar a situação de calamidade pública", detalhou. Usina termelétrica de Santana recebeu geradores Rede Amazônica/Reprodução Apagão no Amapá O Amapá vive uma crise energética desde 3 de novembro, quando um incêndio atingiu a principal subestação do estado. Cerca de 90% da população enfrentou um blecaute de 4 dias, e um novo apagão total no dia 17 de novembro, que foi solucionado em cerca de 4 horas. No sábado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) visitou o estado pela primeira vez desde o blecaute. Ele participou de breves cerimônias para ativação de parte dos geradores termoelétricos contratados emergencialmente. A promessa era que os equipamentos fossem restabelecer a energia para 100% do estado, o que não aconteceu. O prazo foi estendido para quinta-feira (26), com a ativação de um novo transformador em Macapá. O Ministério de Minas e Energia (MME) informou, na noite de domingo, que o “fornecimento de energia elétrica ocorreu dentro da normalidade” ao longo do dia, com atendimento de 89% da carga média. Em Macapá, por exemplo, a maioria dos bairros estavam com energia na maior parte do domingo. No entanto, à noite, houve racionamento em algumas regiões. O órgão informou ainda que os outros geradores, que seriam ativados ao longo do dia, não foram instalados devido “dificuldades relacionadas à logística e ao clima” e que expectativa é de que até esta segunda “estejam operacionais 34 MW [megawatts] de geração térmica”. Veja o plantão de últimas notícias do G1 Amapá Assista a vídeos do apagão no Amapá: Initial plugin text

Nov 26, 2020 - 10:34
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Geradores são instalados em área residencial no Amapá, e barulho incomoda moradores: 'É perturbador'
Equipamentos foram contratados para suprir de forma temporária o fornecimento de energia no Amapá. Morador do lado de subestação mediu mais de 80 decibéis de volume; em festas o máximo permitido é 55. Geradores são instalados em área residencial no Amapá e barulho incomoda moradores O que parecia ser a solução provisória para minimizar danos após 21 dias de apagão e dois blecautes, a instalação de geradores termoelétricos – movidos a combustível – passou a causar transtornos em função do barulho a quem mora no entorno da subestação em Macapá, onde parte dos 47 equipamentos foram instalados e começaram a operar. Moradores próximos da subestação passaram a sofrer, além da falta de luz - o fornecimento segue em esquema de rodízio - agora também com o alto som provocado pelos geradores ligados durante quase todo o tempo desde sábado (21), quando foram acionados após visita do presidente Jair Bolsonaro. Visão dos geradores da casa do bombeiro Ezequiel dos Santos Reprodução Instalados na subestação Santa Rita, no bairro Nova Esperança, na Zona Sul, o barulho ultrapassou os 80 decibéis, medido num aplicativo pelo bombeiro Ezequiel dos Santos, de 37 anos, que mora em frente à usina termoelétrica. Lei municipal em Macapá, por exemplo, estabelece 55 decibéis para o som máximo em festas. "A gente tá numa situação bastante complicada. A gente entende que os geradores vieram para minimizar os problemas de luz, mas eu questiono a montagem aqui nessa subestação, porque acredito que há locais mais adequados, mais isolados. Aqui é uma área muito habitada", reclamou. A prefeitura de Macapá, através da Secretaria de Meio Ambiente, informou que irá mandar uma equipe fazer a medição do som na área e que se pronunciaria após isso, sem definir quando. Para o também morador do trecho José Acy Guilherme de Pinho, de 63 anos, a solução seria ter instalado todos os geradores no espaço da subestação em Santana, que recebeu parte dos equipamentos e é construída numa área mais distante de bairros residenciais. Presidente Bolsonaro acionou gerador durante visita ao Amapá John Pacheco/G1 A subestação de Santana, inclusive abrigou uma usina termelétrica que foi desativada nos últimos anos com a interligação do Amapá ao Sistema Interligado Nacional (SIN). "Estamos dormindo duas horas de noite, o resto é calor. Moro com minha família bem em frente à subestação. O barulho é perturbador, além do fedor de fumaça. E nem todos os geradores estão funcionando. E quem garante que vai durar até o dia 26 esse racionamento?", questionou. A Eletronorte, estatal responsável pela instalação e operação dos geradores, explicou em nota que as instalações foram emergenciais e provisórias para visar o rápido restabelecimento da energia "As frentes de trabalho para normalização do fornecimento de energia do estado vão permitir a diminuição da geração emergencial, não sendo mais necessário, por exemplo, o funcionamento dos geradores durante as madrugadas. Ressaltamos que é uma situação provisória de geração emergencial para atenuar a situação de calamidade pública", detalhou. Usina termelétrica de Santana recebeu geradores Rede Amazônica/Reprodução Apagão no Amapá O Amapá vive uma crise energética desde 3 de novembro, quando um incêndio atingiu a principal subestação do estado. Cerca de 90% da população enfrentou um blecaute de 4 dias, e um novo apagão total no dia 17 de novembro, que foi solucionado em cerca de 4 horas. No sábado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) visitou o estado pela primeira vez desde o blecaute. Ele participou de breves cerimônias para ativação de parte dos geradores termoelétricos contratados emergencialmente. A promessa era que os equipamentos fossem restabelecer a energia para 100% do estado, o que não aconteceu. O prazo foi estendido para quinta-feira (26), com a ativação de um novo transformador em Macapá. O Ministério de Minas e Energia (MME) informou, na noite de domingo, que o “fornecimento de energia elétrica ocorreu dentro da normalidade” ao longo do dia, com atendimento de 89% da carga média. Em Macapá, por exemplo, a maioria dos bairros estavam com energia na maior parte do domingo. No entanto, à noite, houve racionamento em algumas regiões. O órgão informou ainda que os outros geradores, que seriam ativados ao longo do dia, não foram instalados devido “dificuldades relacionadas à logística e ao clima” e que expectativa é de que até esta segunda “estejam operacionais 34 MW [megawatts] de geração térmica”. Veja o plantão de últimas notícias do G1 Amapá Assista a vídeos do apagão no Amapá: Initial plugin text

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João Ataide João Ataide, reporte e administrador do Portal O Viajante.