ESTAÇÃO DE TREM E O ESTUPRO DA DEFICIENTE

A estação de Trem e suas historias

Dec 27, 2020 - 05:51
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ESTAÇÃO DE TREM E O ESTUPRO DA DEFICIENTE
Foto João Ataíde

ESTAÇÃO DE TREM E O ESTUPRO DA DEFICIENTE


No município de Santana-AP fica (va) a estação de trem, que representa o início de um desenvolvimento ferroviário. A estrada de ferro foi construída no governo do Janary Nunes, um sonho de desenvolvimento de cerca de 200 quilômetros, partindo de Santana passando por Porto Grande, Cupixi e chegando em Serra do Navio

O objetivo principal era o do transporte do manganês o de passageiros na maior parte dos funcionários da  Indústria e Comércio de Minérios S.A. (ICOMI) era secundário. Dizem que o engenheiro responsável por essa obra teria as suas cinzas jogadas nessa ferrovia, se foi passou despercebido por nossas autoridades; como muita coisa.

Sempre viajei de trem com minha vó que morava no Porto Grande e todo o mês vinha a capital para receber o dinheiro da aposentadoria, assim em tempos de férias da escola eu a acompanhava nessa viajem. Os horários eram variados as segundas, quintas e sábados, variavam muito umas à tarde, pela manhã e a noite. “Era engraçado que mesmo ela tendo dinheiro, antes de saímos para a estação ela fazia uma comida e armazenava numa lata de leite e em determinada hora jantávamos sem cerimônia ali na estação”.

Lá vendia de tudo, eu gostava dos sucos que vinham com um gelo ralado; os vendedores tinham uma espécie de raspador que triturava o gelo e misturava no suco. Esse foi o cenário de um fato que ficou na minha lembrança até hoje, me deixando de certo modo irrequieto.

Eu tinha sete anos, em 1981 de tantas vezes que viajara de trem fiz amizades e as pessoas eram sempre as mesmas, onde todos conheciam todos. Nesse dia estava brincando com um garoto, imagino eu, de minha idade. Minha vó ficava conversando com as senhoras de seu tempo, em conversas que não acabava, tudo para ver o tempo passar e o trem chegar.

Eu fazia corrida por cima dos trilhos, à estação ficava no meio do nada com matagal por todos os lados e a vegetação predominante era da taboca/bambu, no meio disso tudo tinha uns, caras jogando baralho, tomando uma pinga; lembro como se fosse hoje, estava aprendendo a lê; na garrafa tinha um camarão, no soletrando estava escrito Pitu.

No meio deles tinha uma mulher que eu tinha medo dela, pois era deficiente física os braços atrofiados as pernas com dificuldades de locomoção a fala parecia gurnidos, com dificuldade de entendimento, quando eu havia eu corria para o lado da vovó, não entendia porque aquela mulher andava só pela estação.

E foi justamente ela a razão desse artigo, é uma dívida por ser omisso.


Lembra dos jogadores que falei?

Eles a levaram para o tabocal; ao todos eram três, foram a levando como se algo fossem para ela. Como tinha medo dela, fui acompanhando com o olhar, assim de longe! – os três entraram num caminho, nesse momento fiquei curioso, aquele moleque ao qual já me referi lembra! Eu o chamei e sem dizer que se tratava fomos até o local onde vira eles entrarem, assim como se estivéssemos brincando, logo vimos que o colega percebeu algo e o colega correu e me deparei com os três estuprando a mulher, ela com a voz, com difícil compreensão gritando não. Eu com medo fui embora. Hoje tenho 45 anos, ainda tenho tudo isso na memória e a minha inquietação é se ela ainda é viva se o garoto por onde anda, e o fim que levou os três safados.

A minha vovó morreu fiz ainda outras viagens mais nunca mais vi essas pessoas. Aconteceu comigo em 1981 na estação de trem do ponto inicial do desenvolvimento do Amapá em Santana AP. ·.

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João Ataide João Ataide, reporte e administrador do Portal O Viajante.