Berço da Favela comemora 35 anos com apresentações de marabaixo e samba neste sábado, 2 de julho
A Associação foi a primeira instituição a se organizar
Em 1987 os descendentes da pioneira do marabaixo no Amapá, Gertrudes Saturnino, devotos de fé da Santíssima Trindade e amigos, fundaram a Associação Cultural Berço do Marabaixo da Favela, regulamentando a entidade que conduz, realiza e organiza atividades culturais, religiosas e sociais. Completando 35 anos de criação, os diretores e integrantes se reúnem neste sábado, 2 de julho, para celebrar com shows e reencontros a data e os feitos da associação, que mantém o prestígio e respeito dos amapaenses, por estar na vanguarda das lutas em defesa da cultura tradicional do Amapá.
A Associação foi a primeira instituição a se organizar com o objetivo de difundir, perpetuar ,valorizar a cultura do Marabaixo. Foi presidida pelas matriarcas Maria José da Silva Libório e Marilda Costa, falecida em 2020. Atualmente é coordenada por Valdinete Costa. Durante os 35 anos de existência, a entidade assumiu um papel importante na resistência para manter e buscar politicas publicas afirmativas para a cultura do marabaixo, mantém a tradicionalidade das festividades do Ciclo do marabaixo da Favela, e atua na salvaguarda deste Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil.
Eles ajudaram a escrever capítulos importantes na consolidação da cultura do marabaixo como tradição amapaense, contribuíram para que a manifestação seja hoje vista como legítima, e reconhecida como identidade cultural pelos moradores de Macapá e outros municípios onde a tradição é preservada. Os integrantes enfatizam ainda o trabalho realizado nas escolas e faculdades, para valorização da cultura local entre crianças e jovens.
“Somos referência, junto com outras instituições culturais voltadas para a cultura do marabaixo, quando se fala em perpetuação da nossas cultura, que hoje é conhecida em todo o Brasil, graças a nossa insistência e trabalho de campo, nas escolas, enfrentando preconceitos, autoridades e fazendo com que fossem criados incentivos e oficializados os festejos culturais e religiosos. O trabalho de nossa Associação está registrado em teses e no inventário o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional- IPHAN”, disse Valdinete Costa, presidente.
A Associação Berço do Marabaixo também atua nas questões sociais e ambiental. Foi o primeiro grupo que realiza o Ciclo do Marabaixo a estabelecer regras para a preservação do meio ambiente ao adequar as tradições ás leis ambientais, como a substituição de tronco de árvore por um mastro de acrílico, não ultrapassar o volume do som nos festejos e estimular a educação ambiental entre as crianças do grupo. Os integrantes também fazem a distribuição de alimentos para famílias carentes da comunidade, e realizam recreação para as crianças em datas comemorativas.
Neste sábado, 2 de julho, a programação inicia às 14h, com o sorteio de prêmios e apresentação cultural do grupo Berço do Marabaixo, e show com os sambistas Aureliano Neck, Nonato Soledade e Robson do Cavaco. Também vai ter venda de comidas e bebidas. A festa vai ser no Barracão da Tia Gertrudes, na avenida Duque de Caxias, entre Professor Tostes e Manoel Eudóxio, no bairro Santa Rita.
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