Esporte

CLERTINHO O FENÔMENO DO FUTEBOL DE AMAPÁ

Meio palmo de campo era muito para ele.

João Ataide

Jun 14, 2021 - 07:32

Jun 14, 2021 - 15:54

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CLERTINHO O FENÔMENO DO FUTEBOL DE AMAPÁ

Aquivo Pessoal

Eu levei tempo para escrever algo sobre o cletinho porque primeiro queria conhecer, ouvir muitas historias, em algumas, nas rodas de boleiros para tirar minhas conclusões e montar, pois, não o conhecer, mas queria que fosse algo com um novo olhar e espero que agrade os leitores e seguidores do viajante os quais eu agradeço.

Ele é quase unanimidade do futebol do município de Amapá, enquanto muitos correm atrás de aperfeiçoar uma habilidade, Cletinho, que na realidade se chamava,José Clayrton Carvalho Assunção Júnior, nasceu com um dom especial; o do fino trato com a bola de futebol, pois, enquanto uns tentam firmar em um time, ele ao contrário jogava onde e quando queria e, jogava para se divertir. Morreu novo, com 38 anos, mas o que fez pelos campos afora pela seleção amapaense ainda vai demorar muito para aparecer outro igual.

“Meio palmo de campo para ele era pouco”. “Não existe uma definição para um jogador diferenciado, ele não levava muito a sério o futebol, ele brincava com a bola no pé, e parecia decidir o jogo na hora em que quisesse”. Miler. Cletinho só não é uma unanimidade por haver os adversários humilhados pelos dribles perfeitos em meio metro de campo. Ele não se esforçava para ser um craque e como se diz em Amapá, tinha "perparo" e formava em qualquer time do Brasil.

Ao contrário disso, jogava para se divertir, jogava zoando (tirando barato) do seu marcador o levando a expulsão. Cletinho devia ter uma foto bem grande na galeria de troféus da sede do clube do verdão da FAB, isso para não se esquecer dessa lenda do futebol do município de Amapá. Em tempo de cartas, confidenciava suas angústias em cartas em bem traçadas linhas com o seu grande companheiro de ataque do Fronteira, Mixila que foi um dos grandes centroavante.

"O texto fala explicitamente o que "esse cara" foi para o nosso futebol. Tive o privilégio e a felicidade de conhecer o Clertinho, ter jogado com ele e convivido como "amigos-irmãos". Foi um excepcional jogador de futebol que talvez, quem o viu, como eu, não terá o privilégio de ver outro igual. Quando iniciamos nossa vida no futebol, Clertinho me chamava em casa, quando o campo do Vidal de Negreiros, estava ocupado pelos mais velhos. Fazíamos um campinho no quintal de casa e brincávamos ali até ao cair da noite. Era muito divertido. Clertinho era um excelente amigo e um excepcional jogador de futebol. Completo para a arte da bola. Tanto que se o zagueiro fosse fraco, ele arrebentava-o. Quando era dia jogo, principalmente Fronteira e Verá cruz, ele me chamava pela manhã e me falava: "Jânio, hoje nós vamos arrebentar esses caras". E o previsto por ele, acontecia.

Era um jogador completo.

Não vi zagueiro que o segurasse.

- Numa tarde de sábado, pelos idos dos anos 86/87, acontecia o aniversário do Fronteira e o Peba, então nosso Presidente e também jogador, convidou o Sai José, de Macapá, tendo o Cmte. Barcellos, Governador e Presidente de honra daquele Clube. Eles vieram, poderosíssimas.

Quando vi a equipe deles, chamei o Clertinho e disse-lhes: "Mano, vamos levar um chocolate". Ele me disse simplesmente: deixa comigo.

O Nad, então zagueiro do Paysandu, estava no auge e veio para reforçar o "Sanjuza". O Clertinho dava drible nesse cara que o deixou sentado.

Numa das jogadas, como ele era profissional, ao ter levado um drible humilhante do Clertinho, falou que ia o pegar. Clertinho disse-lhe: vou te dar um lençol, para ti nunca mais esquecer de mim, quando fores deitar. E deu. Histórias verídicas como essa, aconteciam sempre". disse Janior Ubirajara, contemporaneo de Clertinho.

Ele tinha o habito de deixar mensagens por onde passava se num passeio escolhia uma árvore escrevia uma mensagem, mas escrever carta um robe que muitos recebiam em momentos especiais, não foi só o futebol, um artilheiro na arte de cultivar amizade.

Aproveito para apresentar os patrocinadores de continuar pesquisando as coisas de Amapá: Farmácia Popular de Amapá e Luanna Sapatos e CIA.