Trabalhadores afetados pelo apagão relatam cautela com retorno da energia no AP: 'Ainda não estou segura', diz fiscal

Governo federal e Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) declararam que energia foi restabelecida em todo o estado nesta terça-feira (24), após três semanas de crise energética. Giezica Barbosa foi uma dos trabalhadores afetados com apagão; ela relatam cautela com retorno da energia Caio Coutinho/G1 Trabalhadores que tiveram prejuízos com o apagão que atingiu o Amapá durante 22 dias falam em desconfiança e cautela após o anúncio do fim do rodízio e da volta total do fornecimento de energia. A Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), distribuidora de energia local, e o governo federal anunciaram a retomada de 100% do fornecimento nesta terça-feira (24), após três semanas de crise energética. Veja a cronologia da crise de energia elétrica Após 22 dias de apagão no Amapá, distribuidora diz que energia foi retomada em 100% Uma dessas pessoas afetadas é a fiscal de loja Giezica Barbosa, de 28 anos. Ela trabalha num mercantil na Zona Sul de Macapá, que teve prejuízos na sessão de açougue, onde quase tudo estragou no período mais crítico do apagão. Ela acha que as vendas só devem normalizar ao longo da semana. “Ainda não estou segura. A parte de compras ainda não voltou ao normal, decidimos ainda não comprar grandes quantidades. Não temos segurança na parte que depende totalmente de energia, como polpas e congelados. Estamos comprando de forma reduzida. Vamos esperar mais ou menos uma semana até voltar com as compras normais”, disse. Entenda o apagão no Amapá em 8 pontos A jovem Leiliane Negrão, de 19 anos, que é gerente de atendimentos de um restaurante também na Zona Sul, afirma que o prejuízo para a empresa foi imenso, pois o local ficou fechado por cinco dias e teve aparelhos, como ventilador e central de ar, queimados no "vai e vem" do rodízio de eletricidade. “Esperamos que não falte mais energia, até porque precisamos reabastecer o estoque. Perdemos algumas carnes congeladas e no apagão não quisemos comprar mais. Não podemos ficar sem trabalhar e nós dependemos muito da normalização”, afirma. Elba Silva espera que clientes voltem com a normalização do fornecimento Caio Coutinho/G1 Elba Silva, de 43 anos, é auxiliar administrativa de uma loja de departamentos que deu suporte aos funcionários e vizinhos, com fornecimento de água e energia, porque possui gerador. Ela também relata estar temerosa com a novidade. “Olha, a gente sempre fica com um pé atrás. O que nós buscamos é que volte ao normal, porque estamos em um ano muito atribulado com muitas situações. A energia normalizada é o mínimo que podemos esperar no final do ano, mesmo que nunca tenha sido uma [energia] das melhores. Como funcionária, perdermos clientes e queremos recuperá-los”, disse. Valdez Rosa trabalha com serviços gerais em um comércio e diz que o lugar ainda está cauteloso em comprar congelados Caio Coutinho/G1 Enquanto uns compram de forma reduzida, outros preferem não comprar nada congelado ainda, por cautela. É o caso do comércio onde trabalha o auxiliar de serviços gerais Valdez Silva, de 32 anos. De acordo com ele, no dia anterior ao apagão, o estabelecimento havia enchido o freezer, principalmente com frangos e empanados e, para não estragar, os produtos foram doados à vizinhança. “Aqui e lá em casa não queimou nada, porque temos atenção então desligamos tudo. Só não perdi comida em casa porque preparei logo tudo, mas acho que ainda não dá pra encher o freezer de novo, porque ainda não tô confiante. Pra você ter uma ideia ainda não compramos nada de frios aqui pro comércio, vamos aguardar mais um pouco. Temos a esperança de que tenha normalizado tudo”, declarou. Distribuidora e governo dizem que rodízio no AP terminou e que energia foi retomada em 100% Retorno O 22º dia do apagão começou com o anúncio da energização do segundo transformador na Subestação Macapá, a principal do estado, por onde o Amapá tem acesso ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Foi nessa unidade que houve um incêndio no dia 3 de novembro, que atingiu equipamentos e interrompeu o fornecimento de energia para 89% do Amapá, afetando quase 765 mil pessoas. Foram três semanas de crise energética. A população enfrentou um blecaute de 4 dias em 3 de novembro, e um novo apagão total no dia 17 de novembro, que foi solucionado em cerca de 4 horas. Fornecimento de energia é 100% restabelecido no Amapá, segundo governo Segundo transformador foi ativado nesta terça-feira (24) na subestação que pegou fogo Emiliano Capozoli/LMTE/Divulgação Na manhã desta terça-feira (24), a distribuidora de energia e o governo federal anunciaram que, com o segundo transformador funcionando, encerrou o rodízio de energia e que a eletricidade já estava disponível para chegar a 100% dos clientes. Em nota, o Ministério de Minas e Energia informou que o sistema elétrico do Amapá contava, pela manhã, com o suprimento dos dois transformadores na subestação Macapá, da geração da usina hidrelétrica Coaracy Nunes e ainda da geração térmica local instalada nesta semana. O apagão causou uma série

Nov 26, 2020 - 10:34
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Trabalhadores afetados pelo apagão relatam cautela com retorno da energia no AP: 'Ainda não estou segura', diz fiscal
Governo federal e Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) declararam que energia foi restabelecida em todo o estado nesta terça-feira (24), após três semanas de crise energética. Giezica Barbosa foi uma dos trabalhadores afetados com apagão; ela relatam cautela com retorno da energia Caio Coutinho/G1 Trabalhadores que tiveram prejuízos com o apagão que atingiu o Amapá durante 22 dias falam em desconfiança e cautela após o anúncio do fim do rodízio e da volta total do fornecimento de energia. A Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), distribuidora de energia local, e o governo federal anunciaram a retomada de 100% do fornecimento nesta terça-feira (24), após três semanas de crise energética. Veja a cronologia da crise de energia elétrica Após 22 dias de apagão no Amapá, distribuidora diz que energia foi retomada em 100% Uma dessas pessoas afetadas é a fiscal de loja Giezica Barbosa, de 28 anos. Ela trabalha num mercantil na Zona Sul de Macapá, que teve prejuízos na sessão de açougue, onde quase tudo estragou no período mais crítico do apagão. Ela acha que as vendas só devem normalizar ao longo da semana. “Ainda não estou segura. A parte de compras ainda não voltou ao normal, decidimos ainda não comprar grandes quantidades. Não temos segurança na parte que depende totalmente de energia, como polpas e congelados. Estamos comprando de forma reduzida. Vamos esperar mais ou menos uma semana até voltar com as compras normais”, disse. Entenda o apagão no Amapá em 8 pontos A jovem Leiliane Negrão, de 19 anos, que é gerente de atendimentos de um restaurante também na Zona Sul, afirma que o prejuízo para a empresa foi imenso, pois o local ficou fechado por cinco dias e teve aparelhos, como ventilador e central de ar, queimados no "vai e vem" do rodízio de eletricidade. “Esperamos que não falte mais energia, até porque precisamos reabastecer o estoque. Perdemos algumas carnes congeladas e no apagão não quisemos comprar mais. Não podemos ficar sem trabalhar e nós dependemos muito da normalização”, afirma. Elba Silva espera que clientes voltem com a normalização do fornecimento Caio Coutinho/G1 Elba Silva, de 43 anos, é auxiliar administrativa de uma loja de departamentos que deu suporte aos funcionários e vizinhos, com fornecimento de água e energia, porque possui gerador. Ela também relata estar temerosa com a novidade. “Olha, a gente sempre fica com um pé atrás. O que nós buscamos é que volte ao normal, porque estamos em um ano muito atribulado com muitas situações. A energia normalizada é o mínimo que podemos esperar no final do ano, mesmo que nunca tenha sido uma [energia] das melhores. Como funcionária, perdermos clientes e queremos recuperá-los”, disse. Valdez Rosa trabalha com serviços gerais em um comércio e diz que o lugar ainda está cauteloso em comprar congelados Caio Coutinho/G1 Enquanto uns compram de forma reduzida, outros preferem não comprar nada congelado ainda, por cautela. É o caso do comércio onde trabalha o auxiliar de serviços gerais Valdez Silva, de 32 anos. De acordo com ele, no dia anterior ao apagão, o estabelecimento havia enchido o freezer, principalmente com frangos e empanados e, para não estragar, os produtos foram doados à vizinhança. “Aqui e lá em casa não queimou nada, porque temos atenção então desligamos tudo. Só não perdi comida em casa porque preparei logo tudo, mas acho que ainda não dá pra encher o freezer de novo, porque ainda não tô confiante. Pra você ter uma ideia ainda não compramos nada de frios aqui pro comércio, vamos aguardar mais um pouco. Temos a esperança de que tenha normalizado tudo”, declarou. Distribuidora e governo dizem que rodízio no AP terminou e que energia foi retomada em 100% Retorno O 22º dia do apagão começou com o anúncio da energização do segundo transformador na Subestação Macapá, a principal do estado, por onde o Amapá tem acesso ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Foi nessa unidade que houve um incêndio no dia 3 de novembro, que atingiu equipamentos e interrompeu o fornecimento de energia para 89% do Amapá, afetando quase 765 mil pessoas. Foram três semanas de crise energética. A população enfrentou um blecaute de 4 dias em 3 de novembro, e um novo apagão total no dia 17 de novembro, que foi solucionado em cerca de 4 horas. Fornecimento de energia é 100% restabelecido no Amapá, segundo governo Segundo transformador foi ativado nesta terça-feira (24) na subestação que pegou fogo Emiliano Capozoli/LMTE/Divulgação Na manhã desta terça-feira (24), a distribuidora de energia e o governo federal anunciaram que, com o segundo transformador funcionando, encerrou o rodízio de energia e que a eletricidade já estava disponível para chegar a 100% dos clientes. Em nota, o Ministério de Minas e Energia informou que o sistema elétrico do Amapá contava, pela manhã, com o suprimento dos dois transformadores na subestação Macapá, da geração da usina hidrelétrica Coaracy Nunes e ainda da geração térmica local instalada nesta semana. O apagão causou uma série de problemas no estado: afetou o fornecimento de água e as telecomunicações, gerou uma corrida aos postos de combustíveis que tinham geradores de energia, provocou prejuízos a comerciantes que não conseguiam manter alimentos refrigerados, mudou toda a rotina dos amapaenses. Veja o plantão de últimas notícias do G1 Amapá Assista a vídeos do apagão no Amapá:

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João Ataide João Ataide, reporte e administrador do Portal O Viajante.