O cenário ao longo da BR-210, entre os municípios de Amapá e Macapá, tem sido de fumaça e destruição. Mesmo com a constante vigilância dos órgãos competentes, as queimadas continuam se alastrando por grandes extensões de mata, atingindo municípios como Amapá, Tartarugalzinho e Calçoene — que já são conhecidos, infelizmente, por estarem na chamada “rota do fogo”.
Ainda não se sabe se as queimadas têm origem criminosa ou acidental, mas os efeitos são sentidos de forma direta pela população. Durante o período de estiagem, principalmente nos meses de outubro e novembro, o clima fica mais seco e o fogo se espalha com facilidade, castigando ainda mais as comunidades rurais e ribeirinhas.
Essas populações, muitas vezes isoladas e com pouca assistência imediata, enfrentam o calor intenso, o ar carregado de fumaça e a perda de biodiversidade. A cada ano, a cena se repete. Moradores denunciam que o fogo destrói plantações, ameaça casas e animais, além de afetar a saúde, principalmente de crianças e idosos.
Apesar das dificuldades, é importante reconhecer o trabalho incansável das brigadas do Prevfogo e do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá, que têm atuado com dedicação e coragem na linha de frente do combate aos incêndios. O esforço desses profissionais é ainda mais desafiador devido à falta de água nessa época do ano, o que dificulta o controle das chamas em áreas de difícil acesso e grandes proporções.
Especialistas alertam que a falta de um plano de prevenção e de educação ambiental contínuo contribui para o agravamento da situação.
“Não basta apenas combater o fogo quando ele aparece. É preciso antecipar a tragédia com políticas públicas, educação ambiental e alternativas sustentáveis para as comunidades”, comentou um morador da região.
As queimadas na BR-210 se tornaram um problema crônico no norte do Amapá, revelando o impacto das mudanças climáticas e a urgência de ações integradas entre governo, instituições ambientais e sociedade civil.