Educadora do Iapen envolvida em acidente que matou motociclista no AP nega ter bebido e fugido

Condutora disse que ficou nervosa com a situação e que foi retirada do local por um desconhecido. Polícia apura se houve homicídio culposo, fuga e direção sob efeito de álcool.

Educadora do Iapen envolvida em acidente que matou motociclista no AP nega ter bebido e fugido
Estado da moto atingida pelo carro próximo a ponte da Lagoa dos Índios, em Macapá — Foto: Reprodução

A educadora social penitenciária, de 34 anos, negou que tenha ingerido bebida alcoólica no dia do acidente que levou à morte o motociclista Rafael da Silva Pinheiro de 26 anos, na Rodovia Duca Serra, na Zona Oeste de Macapá, no Natal de 2020. Ela estava conduzindo o veículo que atropelou a vítima e não encontrada pelos policiais no local.

De acordo com a delegada Josymaria Coelho, titular da Delegacia Especializada em Acidentes de Trânsito (Deatran), a condutora alegou em depoimento, na terça-feira (5), que abandonou o local por conta do nervosismo que sentiu com a situação e deixou o carro para realização da perícia.

"Ela disse que ainda permaneceu um tempo no local e ouviu quando chegou a ambulância, foi quando ela ficou muito apavorada com as pessoas que foram chegando e que ela lembra que alguém a retirou do local e que ela não fugiu", disse a delegada.

Delegada Josymaria Coelho, titula da Deatran — Foto: Victor Vidigal/G1

Delegada Josymaria Coelho, titula da Deatran — Foto: Victor Vidigal/G1

Ainda na oitiva, a mulher disse que foi para casa um parente no bairro Marabaixo, também na Zona Oeste, mas que não lembra quem teria a retirado do local. Ao chegar na residência, ela teria sido medicada e dormido. Somente no dia seguinte foi que ela soube do óbito do motociclista.

Em relação ao que teria ocasionado a colisão, segundo a delegada, a suspeita relatou que seguia na direção Zona Oeste-Centro e teria se confundido sobre o sentido das vias ao entrar num desvio na ponte sobre a Lagoa dos Índios.

"Ela imaginava que no momento do acidente ela estava pelo desvio correto do sentido que estava trafegando. Ela disse que ocorreu a colisão quase que frontal porque, no entender dela, aquela via que ela estava trafegando era a que dava o sentido para ela trafegar", informou a delegada.

O inquérito policial foi aberto pela Deatran, tendo como linha de investigação homicídio culposo, com agravante da omissão de socorro, fuga e dirigir sob efeito de álcool na corrente sanguínea. Até esta sexta-feira (8) foram ouvidos, além da educadora penitenciária, o companheiro da condutora.

Polícia Técnico-Científica, na Zona Norte de Macapá — Foto: Victor Vidigal/G1

Polícia Técnico-Científica, na Zona Norte de Macapá — Foto: Victor Vidigal/G1

Outras testemunhas também devem prestar depoimento e a delegacia aguarda a perícia solicitada à Polícia Técnico-Científica (Politec) para confirmação da velocidade dos veículos no momento da colisão, o sentido que ambos trafegavam e se havia sinalização no local indicando o desvio.

Enquanto a investigação ocorre e o processo não é encaminhado à Justiça do Amapá, a condutora responde ao caso em liberdade e sem a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A educadora social trabalha no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). A instituição, no entanto, disse que não se pronunciará sobre o caso. O G1 não localizou a defesa da condutora.

Morte no Natal

O motociclista morreu no Hospital de Emergência (HE) de Macapá após se atingido gravemente pelo veículo na noite de 25 de dezembro de 2020. A vítima teve fraturas nas duas pernas e chegou a ser atendida com vida, mas não resistiu aos ferimentos.

O acidente aconteceu no acesso à ponte por volta de 21h. O Batalhão de Policiamento Rodoviário Estadual (BPRE) após identificar a condutora do carro relatou que não havia "nenhuma ameaça" que a impedisse de prestar socorro a Rafael.

Fonte da noticia: G1 Amapá