Em Amapá, um município situado no estado de mesmo nome, distante da capital macapá cerca de 300 km a comunicação local conta com alternativas limitadas. A única rádio FM disponível pertence a um grupo evangélico, oferecendo programação religiosa diária. Embora cumpra seu papel, há quem sinta falta de uma comunicação mais plural, capaz de equilibrar o cenário.
É nesse contexto que surge o "CataPulta", um sistema de som popular e irreverente comandado por Arruda, uma figura conhecida nas ruas da cidade. O CataPulta vai além do simples anúncio, muitas vezes transformando os recados em divertidas narrativas que prendem a atenção de quem ouve. Um exemplo clássico: "Dona Raimunda, acorda e dá um banho no menino, mas olha o moleque atentado!" – essa é uma das criativas e bem-humoradas intervenções feitas durante suas locuções.
Além do tom descontraído, o CataPulta desempenha um papel social importante. Está presente em campanhas de arrecadação, rifas e em eventos de interesse comunitário, sendo um ponto de referência nas ruas. Com isso, o sistema de som se consolidou como um verdadeiro patrimônio cultural de Amapá, refletindo o espírito popular e a identidade local de forma única e autêntica.
Por João Ataíde o Viajante